Para mal dos nossos pecados que precisávamos de uma oposição opositora, as coisas pelo Partido Socialista andam demasiado zaralhadas!
No PS Nacional bastou o Marcelo Rebelo de Sousa mandar umas bocas ao Secretário-Geral na sua homilia dominical, para provocar um alvoroço alvoraçado em todo o partido. O Secretariado veio gritar que o Marcelo tinha faltado à verdade não uma, mas três vezes. O Zorrinho zurziu um “ataque de caracter”. Vários lideres distritais não desperdiçaram a oportunidade para aparecerem nos jornais e televisões a alvitrarem sobre a “golpada dos estatutos”. O Secretário-Geral em pessoa e selando toda a importância que um partido inteiro deu a um só comentador, veio às televisões mostrar-se ofendido por ter sido classificado como golpista.
Partido forte, este, que abana de cima a baixo com um par de larachas homilicais proferidas por alguém, que se inscreve no Guiness como a personagem que mais veneno insuflou na política e é o autor da mais longa pré-campanha eleitoral para a Presidência da Republica.
António Seguro deveria saber que é, sobretudo essa pré-campanha que baliza todas as opiniões ditas e reditas por Marcelo. O Secretário-geral do PS deveria ter percebido que o objetivo de Marcelo era atiçar António Costa contra o Seguro na tentativa, de que ele se atirasse à liderança do PS, para assim o afastar da corrida à Presidência da República, que muitos no PS já defendem. Seguro deveria saber que Marcelo, como politico sempre foi uma negação como provou com a sua liderança no PSD ou nas eleições que sempre perdeu, seja para Primeiro-Ministro ou Presidente de Câmara. Como comentador não passa de um cómico que, sempre sorridente, não pára de largar veneno.
Seguro deveria ter ignorado, não deveria ter-se indignado e, muito menos, ter pegado no megafone que o comentador com ambições presidenciais, lhe enviou via TVI todo enfeitadinho!
Contando com a já indisfarçável inabilidade politica de António Seguro, Marcelo conseguiu exatamente o que queria, pô-lo a arranhar António Costa para que este se assanhe e dispute a liderança socialista em vez de lhe causar engulhos, unindo a Esquerda, na corrida a Belém.
Com este erro de palmatória tático, António Seguro mostrou finalmente as garra. Não para se opor aos roubos que o governo nos tem feito, se abespinhar com o recorde dos números do desemprego ou dos aumentos nos combustíveis, mas sim para responder a um comentador que todos sabemos ser venenoso. O Secretário-geral do PS conseguiu até que Marcelo desse uma lição de direito e explicasse porque é que a alteração aos Estatutos do PS é ilegal!
Esperemos que nos próximos dias não vejamos outra vez o PS em peso a responder à Teresa Guilherme ou, com maior peso ainda, ao Fernando Mendes do “preço certo”….
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No distrito de Viseu as mulheres socialistas foram chamadas a eleger a Helena Rebelo ou a Cristina Fonseca como a sua representante distrital.
Numa votação renhidinha e sem grande margem, a contagem de votos deu a vitória a Helena Rebelo.
Cristina Fonseca apontou o dedo às votações em Viseu e Moimenta da Beira para dizer que houve fraude, por terem votado mulheres que não tinham as suas cotas em dia e, impugnou as eleições nestas duas secções.
Apesar da impugnação, Helena Rebelo pôs a coroa, invocando que o recurso não tinha efeito suspensivo.
O Conselho de Jurisdição Distrital veio agora dar razão a Cristina Fonseca e determinou a nulidade dos atos eleitorais de Viseu e Moimenta da Beira.
Com esta decisão, Cristina Fonseca ganha a eleição, mas Helena Rebelo não entrega a coroa, invocando que o recurso que vai entregar na Comissão Jurisdicional Nacional, é suspensivo !!!
Depois de o País ter de aguentar a telenovela da alteração dos Estatutos do PS, no distrito de Viseu assiste-se ao folhetim de eleições em secções onde se vota sem cotas pagas e recursos que são suspensivos, ou não, conforme a cabeça onde encaixará a coroa …
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Por cá …. a zaralhada tem a ver com as eleições para a presidência da Comissão Politica.
Com a rainha do PS local fora da corrida e a dedicar-se a outras vidas socialistas, os candidatos à liderança são Manuel Ferreira e José Luís Correia.
José Luís Correia, tal como Paulo Barradas, perderam as últimas eleições para Marisabel Moutela e nunca conseguiram ultrapassar a derrota, mantendo-se sempre como insiders opositores, autoproclamando-se PS livre. Apoiantes de António Seguro têm assumido no partido socialista de Lamego, o comportamento de que tanto se queixa o Secretário-geral relativamente aos deputados ex-governantes socráticos!
Diz-se que o mentor de José Luís Correia é Paulo Barradas, que tendo perdido já duas eleições, a última das quais quando era deputado, a bem da sua sobrevivência, empurra agora, José Luís para uma candidatura repetida, mantendo-se na sua sombra para não perder protagonismo.
A apoiar José Luís Correia estão figuras como Alberto Almeida e Duarte Lobo, ex-vereadores a quem o PS local retirou a confiança politica pela colagem a Francisco Lopes cuja gestão autárquica foram votando favoravelmente; Manuel António vereador demitido por causa do escândalo dos passeios do helicóptero destinado ao combate dos incêndios e Joaquim Sarmento que após ter apoiado Francisco Lopes na sua candidatura em 2005, não chegou a ver cumprida a sua promessa de o nomear Provedor da Cultura local.
José Luis Correia e Paulo Barradas prosseguem na sua quimera qual D. Quixote e o seu Sancho Pancha ……
Manuel Ferreira conta com o apoio e lealdade das bases e do grupo inquebrável que sempre deu a vitória a Marisabel Moutela e conhece bem os seus camaradas que sempre viram nele qualidades de trabalho e liderança. A rainha do PS no seu jeito de contactos anti-festins, aplaude a candidatura de Manuel Ferreira, repetindo o seu apoio incondicional e enaltecendo as suas qualidades e senso político de que o partido socialista de Lamego precisa.
Tal como Marisabel Moutela, Manuel Ferreira sempre foi um fervoroso defensor do PS local, nunca aceitando interferências do distrito nas decisões locais e nunca abdicando da sua independência face aos seguidistas carreiristicos, o que lhes causou alguns amargos.
A zaralhada local promete …. e muitos são os olhos socialistas, nomeadamente dos interesses distritais, postos em Lamego nestas eleições, até porque a rainha do PS local transformou a secção de Lamego numa mega-secção que não pode ser esquecida no equilíbrio das forças vivas, capaz de bater o pé ou …. de ser posta ao serviço dos seguidistas carreiristicos!
O CASPER diz que o PS em vez de andar nestas zaralhices deveria preocupar-se em defender-nos das “golpadas” do governo e ir zaralhar com o Passos Coelho, Paulo Portas, Vitor Gaspar …
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