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sexta-feira, 22 de março de 2013

HOSPITAL PRIVADO EM LAMEGO .... PARTE II





Na solenidade cerimoniosa do anúncio do nascimento do Hospital do Douro S.A, foi-nos apavonado Ramón Santamaria, ostentado, entrevistado e fotografado como sendo o guru dos tais investidores do euromilhões espanhol, que decidiram assentar em Lamego um hospital privado.  

Quem é o alardeado Ramón Santamaria ?
José Ramón Santamaria Barreiro de nascimento, começou as suas lides laborativas na banca (Banco Gallego - 1975 a 1988) passando posteriormente a ocupar o cargo de administrador da Clinica de Nossa Senhora de Fátima, localizada em Vigo.
O que se conhece desta Clinica é que para além dos serviços de urgência, traumatologia, cardiologia e maternidade tem como sectores fortes a medicina estética e a unidade de reprodução assistida, que inclui a inseminação de criadores de criancinhas com recurso ao seu banco de esperma e óvulos.
Será que a comissão agenciadora do destino dos edificios do antigo hospital, informou os Irmãos e as Irmãs da Santa Casa destas nuances das estéticas e procriações inseminais ?!
A Clinica Nossa Senhora de Fátima era propriedade do banco La Caixa e estava integrada na rede de clinicas de um aglumerado de seguradoras com o nome de Adeslas, usufruindo essencial dos serviços prestados aos seus segurados.
Em Maio de 2011, 80% do negócio das clinicas da rede Adeslas (onde se incluía a de Nossa S.ª de Fátima), foi vendido ao grupo Goodgrower, que tem sede em Barcelona, e cujo capital pertence integralmente à família Gallardo, dona dos laboratórios de indústria farmacêutica Almirall, continuando os restantes 20% nas mãos da La Caixa.
Desta parceria (80% do Grupo Goodgrower e 20% da La Caixa) nasceu em Novembro de 2012 o Grupo Vithas, que se assume como estando aberto a todas as seguradoras, à colaboração com o serviço nacional de saúde e claro, à prestação de cuidados a simples particulares.
A constituição deste grupo acendeu em Espanha fosforescente polémica já que todo o negócio aconteceu numa altura em que o governo Espanhol anunciou a privatização de alguns hospitais públicos e a farmacêutica Almirall dos irmãos Gallardo viu as suas vendas baixarem em 32,1% e os seus lucros decaírem em 9,35%, como consequência de um maior recurso aos medicamentos genéricos e também da crise espanhola.
Quer dizer: a pavoneação com que nos apresentaram Ramon Santamaria foi um flop !!!
O Senhor é um simples administrador de uma das Clinicas, que integram o recém-criado Grupo Vithas, através do qual os irmãos Gallardo se iniciaram na prestação de cuidados de saúde, através da compra de clinicas que têm subsistido trabalhando para seguradoras (76% da sua actividade), 15% para o sector público da saúde espanhola e só 9% para os simples cidadãos.
Que o mesmo é dizermos: o negócio da Vithas assentou na certeza de que estas clinicas têm assegurada a sua rentabilização em 91%, através do garantido encaminhamento efectuado pelas seguradoras e SNS, e só 9% estão na dependência da volátil procura desses serviços por parte de simples cidadãos.
Em Lamego, no Douro …. não será bem, bem, assim !!!!.
O povo português tem salários inferiores aos espanhóis e está esganadíssimo, a existência de um hospital público que necessita ser rentabilizado afastará a assinatura de protocolos com o SNS para encaminhamento de doentes deste, para o privado à custa do erário público e as seguradoras não funcionam por cá, segundo o esquema esquemático espanhol ….  
Se não explicaram isto, explicadinho aos Vithas e antes lhes apresentaram um filme das produções Lamego Convida …. a coisa pode complicar-se, o Ramón rasga as fotografias e os gurus financeiros para o hospital privado terão de ser outros !!!!
 

 

 

O CASPER deseja o exito do hospital privado em Lamego e diz que a Vithas e a família Gallardo quando ouviu falar no interesse da Câmara do Francisco Lopes em ser parceiro no Hospital do Douro S.A, mandou logo fazer um cartaz a dizer “Colaboraciones Público Privadas. Nos interesan aquellas que sean estables y viables “ para deixar claro que caloteiros e falidos ficam de fora.
 

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