Na solenidade cerimoniosa do anúncio do nascimento do Hospital do Douro S.A, foi-nos apavonado Ramón Santamaria, ostentado, entrevistado e fotografado como sendo o guru dos tais investidores do euromilhões espanhol, que decidiram assentar em Lamego um hospital privado.
Quem é o alardeado Ramón
Santamaria ?
José Ramón Santamaria
Barreiro de nascimento, começou as suas lides laborativas na banca (Banco
Gallego - 1975 a 1988) passando posteriormente a ocupar o cargo de
administrador da Clinica de Nossa Senhora de Fátima, localizada em Vigo.
O que se conhece desta
Clinica é que para além dos serviços de urgência, traumatologia, cardiologia e
maternidade tem como sectores fortes a medicina estética e a unidade de
reprodução assistida, que inclui a inseminação de criadores de criancinhas com recurso
ao seu banco de esperma e óvulos.
Será que a comissão agenciadora do destino dos edificios do antigo hospital, informou os
Irmãos e as Irmãs da Santa Casa destas nuances das estéticas e procriações inseminais
?!
A Clinica Nossa Senhora de Fátima
era propriedade do banco La Caixa e estava integrada na rede de clinicas de um aglumerado de
seguradoras com o nome de Adeslas, usufruindo essencial dos serviços prestados aos seus segurados.
Em Maio de 2011, 80% do
negócio das clinicas da rede Adeslas (onde se incluía a de Nossa S.ª de Fátima),
foi vendido ao grupo Goodgrower, que tem sede em Barcelona, e cujo capital pertence
integralmente à família Gallardo, dona dos laboratórios de indústria
farmacêutica Almirall, continuando os restantes 20% nas mãos da La Caixa.
Desta parceria (80% do Grupo
Goodgrower e 20% da La Caixa) nasceu em Novembro de 2012 o Grupo Vithas, que se
assume como estando aberto a todas as seguradoras, à colaboração com o serviço
nacional de saúde e claro, à prestação de cuidados a simples particulares.
A constituição deste grupo
acendeu em Espanha fosforescente polémica já que todo o negócio aconteceu numa
altura em que o governo Espanhol anunciou a privatização de alguns hospitais
públicos e a farmacêutica Almirall dos irmãos Gallardo viu as suas vendas baixarem
em 32,1% e os seus lucros decaírem em 9,35%, como consequência de um maior
recurso aos medicamentos genéricos e também da crise espanhola.
Quer dizer: a pavoneação com
que nos apresentaram Ramon Santamaria foi um flop !!!
O Senhor é um simples
administrador de uma das Clinicas, que integram o recém-criado Grupo Vithas, através
do qual os irmãos Gallardo se iniciaram na prestação de cuidados de saúde,
através da compra de clinicas que têm subsistido trabalhando para seguradoras
(76% da sua actividade), 15% para o sector público da saúde espanhola e só 9%
para os simples cidadãos.
Que o mesmo é dizermos: o negócio da Vithas
assentou na certeza de que estas clinicas têm assegurada a sua rentabilização
em 91%, através do garantido encaminhamento
efectuado pelas seguradoras e SNS, e só 9% estão na dependência da volátil procura
desses serviços por parte de simples cidadãos.
Em Lamego, no Douro …. não será
bem, bem, assim !!!!.
O povo português tem
salários inferiores aos espanhóis e está esganadíssimo, a existência de um
hospital público que necessita ser rentabilizado afastará a assinatura de protocolos
com o SNS para encaminhamento de doentes deste, para o privado à custa do erário
público e as seguradoras não funcionam por cá, segundo o esquema esquemático espanhol
….
Se não explicaram isto, explicadinho aos
Vithas e antes lhes apresentaram um filme das produções Lamego Convida …. a coisa
pode complicar-se, o Ramón rasga as fotografias e os gurus financeiros para o hospital privado terão de ser outros !!!!
O CASPER deseja o exito do hospital privado em Lamego e diz que a Vithas e a família Gallardo quando ouviu falar no interesse da Câmara do
Francisco Lopes em ser parceiro no Hospital do Douro S.A, mandou logo fazer um
cartaz a dizer “Colaboraciones Público
Privadas. Nos interesan aquellas que sean estables y viables “ para deixar
claro que caloteiros e falidos ficam de fora.
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