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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A RTP e o liberalismo " à la Pedro Passos Coelho" ....




Miguel Relvas nomeou uma “comissão” com 10 elementos para estudarem o “conceito” de serviço público de comunicação social. Gostamos do reconhecimento pelo governo de que não sabe o que é um serviço público!
Dos 10 elementos que compunham este “grupo de trabalho”, três saltaram fora da equipa alguns dias antes da apresentação pública das suas conclusões.
O primeiro foi João Amaral, director-geral do grupo editorial Leya, que alegou razões “pessoais” e que se demite dois dias depois de a administração da RTP ter revelado publicamente o plano de sustentabilidade da estação pública, que prevê a venda de um dos canais, a RTP 1.
Seguiu-se-lhe Francisco Sarsfield Cabral, ex-director de informação da Renascença, personalidade sobejamente reputada e de seriedade reconhecida, que foi directo na justificação da sua demissão: “ a falta de sentido que foi apresentar o plano de reestruturação da RTP quando ainda o grupo de trabalho não tinha terminado as suas propostas” e “sou contra a privatização da RTP”.
Por último demite-se Felisbela Lopes (doutorada em informação televisiva, lecciona a cadeira de Comunicação Social da Universidade do Minho), justificando a sua demissão com "a proposta de redução do serviço de informação do canal público".

Percebemos que não deve ser fácil para cidadãos com a craveira, seriedade e reputação destes 3 portugueses, assumirem o estudo de um assunto e entretanto tomarem consciência que, afinal, as conclusões já foram redigidas por Miguel Relvas….

E as conclusões são ………
- RTP Madeira e Açores passam a depende dos respectivos governos regionais sem quaisquer encargos financeiros; o que significa que o povo do “contenente” vai pagar !!
- A RTP internacional fica na dependência directa e sob tutela nos seus conteúdos informativos do Ministro dos Negócios Estrangeiros. Ou seja, além fronteiras, incluindo os emigrantes portugueses, só se saberá de Portugal o que o governo quiser ….
- RTP1 se não for vendida, transformar-se-á num canal meramente informativo e sem conteúdos publicitários.

É aqui que se joga o braço de ferro e a força da influência partidária de Pinto Balsemão, relativamente a Miguel Relvas dentro do PSD e governo.
O certo é que, como vai sendo hábito nestas “vendas” protagonizadas pelo governo de Pedro Passos Coelho, para se concretizar a privatização deste canal, haverá primeiro que consumar-se a “limpeza da casa”, “lixiviando-a” de tudo o que dê prejuízo, incluindo, ser o estado a arcar com o ónus indemnizatório dos despedimentos. Esta opção, não agrada a Pinto Balsemão, por razões de controle do mercado comunicacional.
 Agrada-lhe sim, a ideia de manutenção da RTP na esfera pública, como canal meramente informativo e sem conteúdos publicitários.
Percebe-se porquê. Pinto Balsemão recebe “no colinho” pela mão do governo, as receitas publicitárias da RTP …

Seja como for, não há dúvida que quem se lixa é – mais uma vez – o povo!
A única dúvida é saber se pagamos: o ónus da “limpeza” para que um qualquer patrão lucre … ou, as despesas de sustentabilidade de um canal informativo que deixa de poder contar com as receitas oriundas da publicidade!


O CASPER conclui: Eis o "liberalismo servido à la Pedro Passos Coelho" no seu grande esplendor.


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